Na tarde de hoje, 16 de fevereiro, aconteceu uma reunião entre o Staemcp e representantes da Sanepar para discutir o acordo coletivo dos empregados para os anos de 2024 e 2025. Este encontro trouxe à tona diversas questões cruciais sobre a valorização dos trabalhadores e a política salarial da empresa.
A abertura da reunião foi marcada pela presença de Luiz Eduardo Pontara o novo Gerente de Gestão de Pessoas, representando a Sanepar, que apresentou a perspectiva da empresa. Ele justificou a proposta de conceder 1% de ganho real a uma parcela dos trabalhadores, enquanto outra parte não receberia qualquer aumento real, como uma tentativa de equilibrar a disparidade salarial histórica dentro da companhia.
Segundo ele, essa disparidade existe há décadas e precisa ser corrigida. Além disso, destacaram a existência do PCCR, que poderia proporcionar um ganho adicional para alguns funcionários, embora não tenham fornecido exemplos concretos.
De acordo com Pontara, aproximadamente 42% dos empregados estariam na faixa que receberia o aumento de 1% no ganho real. No entanto, o STAEMCP expressou seu descontentamento com essa proposta.
Aldeir Molin, presidente do sindicato, ressaltou que os trabalhadores esperavam um aumento salarial ao menos equivalente ao reajuste do salário mínimo, especialmente considerando que o governador do Paraná, Ratinho Jr, concedeu um reajuste de quase 7% no salário regional.
Além disso, o Staemcp contestou a afirmação da Sanepar sobre a busca pela diminuição da disparidade salarial, apontando que, foi durante a gestão de Claudio Stábile, que essa disparidade na empresa piorou significativamente. Antes, a diferença salarial entre os maiores e menores salários era de 14 vezes, agora, sob a gestão de Stábile, essa diferença aumentou para 23 vezes. Isso contradiz a ideia de que a empresa está ativamente buscando reduzir essa discrepância.
Foi destacado também que, na prática, a gestão atual não está alinhada com o discurso de valorização dos funcionários. Desde que Stábile assumiu a companhia, houve uma redução de aproximadamente 12% no número de funcionários e uma diminuição equivalente no percentual de custo com os empregados. Isso significa que, embora a empresa tenha menos funcionários, eles estão trabalhando mais e ganhando menos.
É importante ressaltar que o governo do Paraná concedeu reajustes salariais que variaram entre 2,5% e 3% de ganho real, o que levanta a questão de por que a Sanepar ofereceu apenas 1%.
Além disso, ficou evidente que os membros da Comissão de Negociação não possuem autonomia real para negociar, já que não apresentaram sequer uma contraproposta aos argumentos apresentados pelo Staemcp, indicando que o verdadeiro poder de decisão está nas mãos da alta cúpula da empresa.
Para concluir a reunião, o Staemcp pediu à empresa que reflita sobre suas políticas e ações. Não é condizente falar em valorização dos empregados e oferecer apenas migalhas. Se a Sanepar realmente valoriza seus funcionários, é imperativo que conceda ao menos o índice aplicado ao salário mínimo, como forma de reconhecer o esforço e a dedicação daqueles que contribuem para o sucesso da empresa.