CSC da Sanepar: Vem aí demissões e desmonte da Companhia

Atenção, trabalhadores e trabalhadoras: vem aí mais um daqueles projetos feitos sem estudos, sem planejamento e sem diálogo. A direção da Sanepar avança, de forma apressada, silenciosa e sorrateira, na criação do Centro de Serviços Compartilhados (CSC) — uma iniciativa que pretende centralizar praticamente toda a gestão administrativa da empresa em Curitiba.

Mesmo sem implantação formal, a condução já demonstra falta de transparência, ausência de comunicação e completa inexistência de negociação e dialogo com as entidades sindicais. Trata-se de uma postura intransigente que desrespeita os trabalhadores e viola o princípio básico de participação em processos que impactam toda a estrutura da empresa.

O CSC prevê concentrar em Curitiba praticamente todas as funções administrativas da Sanepar — financeiras, logísticas, de compras, gestão de pessoas, tecnologia e contabilidade — desmontando o modelo regional que sempre garantiu eficiência, agilidade e proximidade com os municípios, as centenas de trabalhadores e com as entidades sindicais.

A simples proposta de retirar autonomia das regionais já acende um alerta grave: trata-se de um esvaziamento progressivo da estrutura territorial, que sempre foi a base do funcionamento da companhia.

Caso avance, esse movimento centralizador afetará diretamente a capacidade de resposta da empresa. Uma regional sem autonomia depende de liberações distantes e decisões lentas, o que inevitavelmente vai prejudicar manutenção, atendimento, operações diárias e soluções de emergência. Não é especulação — é consequência prática. Se o projeto for implementado, o serviço à população vai piorar.

Outro ponto crítico é a forma como tudo vem sendo conduzido. Não há plano apresentado aos trabalhadores, não há definição clara de impactos sobre cargos, funções e locais de trabalho, e não existe qualquer espaço institucional para debate.

Os sindicatos não foram chamados, não houve diálogo e não houve postura de construção coletiva. É a repetição de um método autoritário que a categoria já conhece: decidir primeiro, comunicar depois — quando comunica.

Para o presidente do Staemcp, Aldeir Molin, o processo expõe a verdadeira essência do projeto: “O que a direção está chamando de modernização, na prática, é centralização, desmonte e sucateamento, estão estudando um modelo que retira força das regionais, concentra poder em Curitiba e enfraquece toda a estrutura operacional. E tudo isso sem diálogo, sem transparência e sem respeito aos trabalhadores, se esse projeto avançar, é a população do Paraná que vai sentir e com certeza teremos muitas demissões.”

O Staemcp reafirma que defender as regionais é defender o serviço público de qualidade. O debate sobre qualquer projeto deve ser aberto, transparente e com participação efetiva da categoria. O CSC, como vem sendo conduzido, não atende a nenhum desses requisitos e representa um risco real ao futuro da Sanepar.

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